Histórias contadas pelos nossos avós…

O Boneco Entrudo

Em tempos indos a alegria e as brincadeiras reinavam no Carnaval. Na aldeia de Portela era costume os rapazes e raparigas construírem um boneco gigante a que davam o nome de Entrudo. Escolhiam, quase sempre a dedo, uma habitação da aldeia e à socapa colocavam o boneco Entrudo à porta, normalmente em casa de uma pessoa com a qual estivessem zangados. Os donos da casa quando davam conta que tinham o Entrudo à sua porta pegavam nele e levavam-no para a porta de outra casa da vizinhança. E, assim, sucessivamente o boneco Entrudo “viajava” de casa em casa percorrendo a aldeia.
Apesar de as pessoas não gostarem de ter o Entrudo na sua casa, como era Carnaval ninguém levava esta brincadeira a mal.

“Ninguém gostava de ter o Entrudo. Assim que o víamos à nossa porta agarrávamos nele e íamos pô-lo à porta de outro da aldeia” Hermínio Tomé, 76 anos – Portela

“Faziam o Entrudo no feitio de um homem com pés e braços. Ninguém o queria à porta. Eram mais os rapazes que davam o Entrudo às raparigas” Infância Gonçalves, 84 anos - Portela

Infelizmente, esta foi mais uma tradição que se perdeu e nos dias que correm, no Carnaval, o boneco Entrudo já não é visto a “passear” pelas casas de Portela.


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