Abílio Elias dos Inocentes em garoto esgueirava-se para a Forja de Portela para ver trabalhar o ferreiro. Já em adulto seguiu a profissão de barbeiro, exercendo os seus serviços nas aldeias de Portela, Oleiros, Gondesende, Castrelos, Sabariz, Donai e Lagomar. Com o zinco que comprara em Bragança, fez uma caixa para transportar o material de barbeiro que ainda hoje guarda religiosamente, assim como o material do seu trabalho de outrora. Andava a pé de aldeia em aldeia, sendo muitas vezes acompanhado pelos lobos. Nesse tempo era normal o trabalho ser feito em casa do cliente e pago à geeira. O senhor Abílio cortava os cabelos e as barbas e recebia como pagamento centeio, que juntamente com os produtos da terra lhe asseguravam o sustento durante o ano.
“… de início recebia pelo meu trabalho um alqueire de centeio, depois um e meio e no fim dois alqueires” Abílio Elias dos Inocentes, 87 anos, Portela
“…emprestavam-me vacas e carro para ir buscar o pão.” Abílio Elias dos Inocentes, 87 anos, Portela |